Associação de Direito de Família e das Sucessões

PRESO RECONHECE EM AUDIÊNCIA VIRTUAL PATERNIDADE DE FILHO APREENDIDO

A Defensoria Pública do Estado de Goiás, por meio do Projeto Meu Pai Tem Nome, possibilitou que um homem, que está detido em Planaltina de Goiás, e o filho de 13 anos, que cumpre medida socioeducativa em Formosa, participassem de uma audiência virtual de mediação extrajudicial para reconhecimento de paternidade e filiação.
Além da concretização do desejo do adolescente de ter o nome do pai em seus documentos, a sessão emocionou os envolvidos, quando o pai, em cumprimento de pena, se dirigiu ao filho, que passa por medidas socioeducativas, com uma fala emocionada.
“Deus te abençoe, viu, meu filho? Logo, logo, eu vou estar fora daqui e vamos conversar melhor. Cuidado aí fora, ‘tá’? Juízo. Logo eu vou sair daqui e vou estar aí, perto de você. Vou tentar fazer diferente agora, com fé em Deus. Não deixe chegar ao ponto de passar pelo que eu estou passando aqui, porque é muito sofrido.”
Para a defensora pública Bruna do Nascimento Xavier, que acompanhou a audiência virtual, a ocasião foi marcante. “Foi um dos momentos mais emocionantes em que eu já atuei. Pode parecer simples, mas eu vi ali o amor ser concretizado com aquele reconhecimento de paternidade”, descreveu.

Atuação

Em 27 de julho deste ano, a DPE/GO foi procurada pela mãe do adolescente para solicitar o reconhecimento de paternidade, que ainda não havia sido feito pelo pai. Na ocasião, ela informou que não tem mais relacionamento afetivo com o ex-companheiro e que a única informação que possuía sobre ele era sobre a sua prisão na Unidade Prisional Regional de Planaltina de Goiás, desde julho do ano passado.
O filho, por sua vez, está em cumprimento de medida socioeducativa no Centro de Atendimento Socioeducativo de Formosa, onde se encontra desde junho deste ano.
Durante a audiência virtual, realizada por meio de videoconferência com a intermediação da Primeira Subdefensoria Pública-Geral do Estado, ambas as partes manifestaram interesse em promover o reconhecimento e a mudança nos documentos do adolescente, assim como a inclusão do sobrenome paterno no nome do adolescente.
Informações: DPE/GO.


Fonte: Migalhas (12/08/21)

Fale conosco
Send via WhatsApp