POR CAUSA DA PANDEMIA, JUSTIÇA ACELERA PROCESSOS DE ADOÇÃO E INVESTE E ENCONTROS VIRTUAIS

Segundo o Sistema Nacional de Adoção, mais de cinco mil crianças e adolescentes estão à espera de uma família. Internet tem ajudado a levá-los para um lar.

A pandemia do novo coronavírus está levando a Justiça a acelerar os processos de adoção e estágio de convivência, que é a fase em que a criança ou adolescente passa por um período na casa dos possíveis pais. Com a ajuda da internet, é possível fazer vários encontros virtuais.

Ao agilizar os processos para ingresso das crianças no estágio de convivência, o Judiciário também consegue desafogar os abrigos e, consequentemente, o risco de infecção pelo novo coronavírus.

Segundo o Sistema Nacional de Adoção, mais de cinco mil crianças e adolescentes estão à espera de uma família. E a internet tem ajudado a levá-los para um lar.

Os resultados da iniciativa do Judiciário já estão aparecendo. Desde 15 de abril, 54 crianças deixaram os abrigos e foram viver com as novas famílias, em Pernambuco.

“São crianças que não podem esperar o fim da pandemia. Tudo o que puder ser feito, os juízes estão afazendo”, disse Christiana Caribé, juíza da Vara da Infância e Juventude de Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife.

Um dos casos agilizados pela Justiça é de Maria, de 1 ano e 11 meses. A conclusão do processo dela aconteceu pela internet. Tiago e Daniela, os pais, esperaram quase quatro anos, para formalizar a adoção.

“A nossa Maria é a nossa estrela. Nossa razão de viver. Agora, entendemos o que é o amor incondicional”, afirmou Daniela.

Para a Justiça, o uso da internet tem sido muito importante. “Eu percebi muita emoção. Parece até que estamos mais próximos do que se estivéssemos na minha sala de audiência, que é uma sala grande, onde as pessoas sentam distantes umas das outras. Eu senti muito mais proximidade e toda a emoção do casal com aquela adoção sendo realizada. A gente consegue resolver com mais celeridade a situação da criança estabelecendo essa adoção para que os pais possam se sentir mais seguros e receber a certidão de nascimento da criança”, disse Christiana Caribé.

Outra relação que começou pela internet foi a de Jataiacy Santos, a mãe, e Vitória, a filha. A assistente social deu uma ajudinha. “Ela mandou uma foto da Vitória para nós. E ali foi amor à primeira vista”, afirmou Jataiacy. “Eu me senti muito feliz”, acrescentou Vitória.

Depois veio o encontro virtual, com a presença da juíza da Infância e Juventude do Recife. E o destino de Vitória foi decidido. Durante 90 dias, ela vai passar por um período de adaptação com a família de Veronildo Santos, o pai.

“Mesmo com esse pânico por causa do coronavírus, não falta espaço para a gente distribuir amor. O amor está acima de tudo”, declarou Veronildo.

A juíza Hélia Vargas destaca a importância das ações com o uso de tecnologia. “Isso tudo é efeito para evitar a permanência da criança ou adolescente quando já há possibilidade de iniciarem o estágio de convivência pela adoção. Nós utilizamos essa ferramenta tecnológica para viabilizar o início do estágio de convivência e, portanto, a colocação dela em uma família adotiva”, afirmou.

Fonte: G1 Notícias (25/05/2020)

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