A Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ) e a Escola Judicial dos Servidores (EJUS) do Tribunal de Justiça de São Paulo realizaram, na sexta-feira (6), a palestra “Exploração sexual de crianças e adolescentes: necessidades e formas de enfrentamento”, com exposição do doutor em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Alan de Loiola Alves. A mediação ficou a cargo do juiz integrante da CIJ Samuel Karasin.
O palestrante abriu a discussão destacando a complexidade do tema. “É difícil assumir que a sociedade em que vivemos produz e reproduz essa violência”, pontuou. De acordo com ele, esse tipo de crime é marcado por uma violação dos direitos humanos, com as crianças e adolescentes sendo tratados como objeto de exploração comercial.
Segundo o especialista, a exploração sexual pode ser em troca de dinheiro, alimentação, abrigo ou algum tipo de proteção. “Diferente do abuso, existe lucro, comercialização”, frisou. Alan de Loiola explicou a operacionalização da exploração, seja através de aliciamento para prostituição, turismo sexual, tráfico para fins sexuais, exposição em pornografia infantil ou mesmo casamento forçado.
Ele ressaltou as questões étnico-raciais, de gênero e de classe, e afirmou que crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade são as principais vítimas. De acordo com o professor, é preciso decifrar a realidade em que ocorre a exploração para propor e executar políticas adequadas.
O palestrante reforçou a necessidade de levantamento diagnóstico, da busca ativa e do mapeamento, e reafirmou a importância do trabalho em rede. “Precisamos de ofertas de apoio, de proteção e de atendimento qualificado. Há a necessidade de reconhecer que crianças e adolescentes são vítimas e que precisamos acolhê-las e valorizar seu protagonismo”, concluiu.