CIDADE CATARINENSE CELEBRA ADOÇÕES DE CRIANÇAS CUJA APROXIMAÇÃO INICIAL COM FAMÍLIAS FOI REMOTA
A Vara da Infância e Juventude e setor de Serviço Social da comarca de Lages registraram nesta semana, em que se celebra o Dia Nacional da Adoção, mais três adoções: uma de recém-nascido, entregue espontaneamente pela mãe, e duas de grupos de irmãos. Estas últimas eram consideradas um desafio, uma vez que as famílias que se predispõem a adotar ainda preferem crianças com até três anos e sem irmãos.
O método inicial da fase de aproximação dessas famílias ocorreu de forma remota, com o uso de e-mails, ligações telefônicas, troca de mensagens por aplicativo e videochamadas – um procedimento usado antes mesmo do período de pandemia na comarca e intensificado com as orientações dos órgãos de saúde para o distanciamento social.
A assistente social Sumaya Dabbous explica que dessa forma a criança e a família se sentem mais preparadas para o encontro físico. “Elas trocam fotos, informações sobre o novo lar, quem o integra e como será a vida nessa família. Da mesma forma, a criança ou o adolescente também pode contar como é e expressar seus anseios, por exemplo”, destaca, ao apontar tais fatores como pontos positivos do uso das ferramentas tecnológicas de comunicação.
E esse também, possivelmente, será o caminho para quem quer adotar, pelo menos até que o cenário atual se modifique. Nos próximos dias, a Coordenadoria Estadual da Infância e da Juventude (Ceij) do Poder Judiciário catarinense (PJSC) fará encontros virtuais com as equipes de assistentes sociais e psicólogas para tratar sobre como serão os cursos de preparação para pretendentes à adoção.
Se por um lado cada adoção é uma conquista, por outro ainda há dificuldade de encontrar famílias para grupos de irmãos, especialmente se houver crianças mais velhas e adolescentes. Atualmente, as assistentes sociais trabalham com essa realidade. Os esforços estão na procura de quem deseja esse tipo de adoção. Um dos grupos para o qual se busca uma família é composto por seis irmãos.
Nessa tarefa, as servidoras usam o programa Busca Ativa, um sistema computacional interativo, instalado junto ao Cadastro Único Informatizado de Adoção e Abrigo (Cuida) do PJSC. O objetivo é identificar famílias para as crianças e adolescentes acolhidos que se encontram em condições de serem adotados sem que tenham interessados em sua adoção. Em Santa Catarina há 2.928 pretendentes habilitados, 1.363 crianças acolhidas e 246 aptos à adoção. Destes últimos, o número de adolescentes entre 12 e 18 anos é duas vezes maior do que o de crianças.
Fonte: Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina – TJSC (28/05/2020)