Associação de Direito de Família e das Sucessões

PARCERIA PELO IDOSO

Por Dr. Antonio Jorge Pereira Júnior [1], originalmente publicado no Jornal O Povo 

Semana passada a ministra Damares Alves foi filmada dançando carimbó na Barra do Ceará, em companhia da Secretária de Proteção Social do Estado, Socorro França, e de outras autoridades. O vídeo circulou. No evento, a titular do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos lançou um novo programa social do Governo Federal, em parceria com a prefeitura de Fortaleza, o “Programa Viver, Envelhecimento Ativo e Saudável”,no Centro-Dia de Referência para Pessoas Idosas, inaugurado em 2018 pelo Prefeito Roberto Cláudio.

No acordo, o governo Bolsonaro doaria computadores e acessórios para dar suporte à inclusão digital de idosos e o Município destinaria o local da instalação, além de administrar o programa, que envolve voluntários e unidades de ensino públicas e privadas. Fortaleza foi dos primeiros municípios beneficiados por articulação da vereadora Priscila Costa (PRTB).

A instrução tecnológica de idosos colabora para que pessoas crescidas em tempo que não havia aparatos similares aos atuais possam aprender como usar os recursos do mundo digital, potencializando sua qualidade de vida. Isso colabora também para que recuperem autoestima e autonomia.

A exclusão digital, por sua vez, prejudica a atividade profissional, a convivência social e o bem-estar do idoso. Dificulta a reinserção no mercado de trabalho, reduz as possibilidades de atividade colaborativa que poderia realizar em casa, ou fora dela, impede o acesso a serviços que lhe fariam a vida mais grata e contribui para seu afastamento do convívio comunitário, sobretudo se lhe falta mobilidade. Deixar o idoso alheio ao mundo eletrônico facilita que perca sociabilidade e desperdice sua capacidade inventiva e produtiva. O desconhecimento de como usar a tecnologia, dessa forma, amplia sua invisibilidade na sociedade conectada e agrava seu isolamento e dependência de terceiros, quando poderia lhe servir para melhor convivência, interação e independência, como acontece à maioria dos usuários da web. Basta o leitor pensar no que faria sem aplicativos dos smartphones e sem acessar a Internet. A educação digital tornou-se o segundo tempo da alfabetização, sendo o analfabetismo digital um sério fator de exclusão.

Por tudo isso, parabéns às autoridades federais e municipais que se aliaram no projeto. E viva o carimbó!

[1] Doutor e Mestre em Direito pela USP. Professor do Programa de Mestrado e Doutorado em Direito da Unifor. Presidente da ADFAS na Secção do Ceará.

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